O Controle Mental da ConSec
A Corporação ConSec
A ConSec foi uma empresa militar privada norte-americana que conseguiu criar em laboratório pessoas excepcionais com poderes psíquicos e mentais, como telecinesia, telepatia e controle mental, os scanners.
Mão-de-obra Especializada e as Instalações
Os melhores neurocientistas, psiquiatras, psicólogos trabalharam para a corporação. Esta que disponibilizava instalações de segurança máxima, para testes em laboratório e confinamento, além de fábricas da industria farmacêutica.
O sistema de segurança era de nível militar e seus agentes podiam se passar por policiais, detetives ou mesmo soldados uniformizados.
Os laboratórios principais e os escritórios se localizavam na sede corporativa. Também havia um supercomputador responsável pelos dados da empresa.
Armas Psíquicas da ConSec
O objetivo da empresa foi desenvolver poderes psíquicos em pessoas e as utilizarem futuramente como um exército de soldados ou armas superpoderosas.
O envolvimento da empresa privada com o governo lhe deu poder e autonomia, sem fiscalizações e atraiu novos investidores.
Leia também! Federal Bureau of Control
O Filme Scanners
O filme Scanners do diretor David Cronenberg mostrou a empresa fictícia ConSec pela primeira vez e ela estava envolvida diretamente na trama da obra cinematográfica.
O Protagonista
O infeliz pária social Cameron Vale (Stephen Lack) era incapaz de lidar com o fluxo interminável de pensamentos de outras pessoas bombardeando a sua mente. Ele não sabia das suas condições mentais até o momento.
Agentes a paisana da corporação o monitoravam. Quando ele apresentou descontrole sobre os seus poderes ao atacar uma pessoa sem querer, eles o capturaram.
O Dr. Paul Ruth (Patrick McGoohan) tratou o homem, o treinou e o recrutou para trabalhar para a corporação.
O psicólogo Ewen Cameron pode ter inspirado o nome do protagonista Cameron Vale. Ewen chefiava um programa secreto governamental no Allan Memorial Institute, instituto ligado a Universidade McGill.
Os Scanners
O termo scanner foi a denominação dada para as pessoas excepcionais com poderes psíquicos e mentais que conseguiam escanear a mente dos outros.
A maioria considerada maluca, desconhecia suas condições e acabavam internadas em hospícios. O artista plástico Benjamin Pierce (Robert A. Silverman) foi uma dessas pessoas. Seus psiquiatras o orientaram a canalizar seus pensamentos excessivos e transformá-los em arte.
A empresa conseguiu identificar e listar 247 indivíduos como scanners, a maioria inofensiva.
Doses de Ephemerol
Muitos scanners não conseguiam controlar o fluxo dos pensamentos de terceiros entrando em suas mentes. Esses indivíduos precisavam tomar doses diárias de remédios controladores para diminuir suas dores.
O Dr. Paul Ruth desenvolveu o remédio Ephemerol para atender essa demanda. Ele era o responsável pela administração dos remédios aos pacientes.
A Biocarbon Amalgamate, empresa subsidiária da ConSec, fabricava e distribuia a droga pelo país.
Nos anos 60, a empresa vendia a droga como calmante para tranquilizar as grávidas. Um dos efeitos colaterais era a formação de novos scanners.
O Primeiro Paciente da ConSec
O primeiro paciente do novo medicamento foi o Darryl Revok (Michael Ironside), filho do Dr. Paul Ruth. Seu pai injetou doses do remédio em sua mãe quando ela estava grávida dele.
Ele nasceu dotado de habilidades telepáticas aprimoradas, como o controle mental ao conectar seu sistema nervoso com a mente das outras pessoas.
Durante uma sessão em laboratório no Crane Psychiatric Institute, ele pirou e realizou o procedimento de auto trepanação em sua própria testa. Ele fez um buraco na cabeça ao abrir um terceiro olho e escoar para fora as muitas vozes em sua mente mais facilmente.
Leia também! InGen Technologies
A Rebeldia
O scanner conseguiu finalmente controlar seus poderes psíquicos, se rebelou contra seu pai, fugiu das instalações da ConSec, iniciou uma rebelião ao recrutar outros com os mesmos poderes que os dele e declarou guerra contra a empresa.
Todos que se opusessem a ele ou recusassem se juntarem a seu grupo, eram mortos. Ataques a scanners pacifistas eram frequentes.
Durante uma apresentação para potenciais investidores da ConSec, o scanner renegado entrou infiltrado e obrigou outro superpoderoso que trabalhava para a companhia explodisse a própria cabeça.
O Contra-Ataque
A empresa utilizou o scanner controlado Cameron Vale para caçar o Darryl Revok. Eles eram irmãos e tinham os mesmos poderes e foram os primeiros a receberem as doses do remédio durante a gestação.
Cameron recebeu treinamento da empresa para controlar e ampliar seus poderes e usá-lo contra seu irmão.
Em sua investigação, ele estabeleceu contato com uma célula pacífica chefiada pela Kim Obrist (Jennifer O’Neill). Revok atacou e matou membros desse grupo.
A Subsidiária da ConSec
O próprio Darrul Revok controlava e administrava a Biocarbon Amalgamate, subsidiária da ConSec e fabricante do Ephemerol.
Sob seu comando, a companhia estava distribuindo doses do remédio por todo território americano com o objetivo de criar novos scanners ao redor do país.
O Espião
Sua presença na liderança da subsidiária o fez criar laços com a matriz e ele conseguiu infiltrar um espião na diretoria da corporação para fornecer a ele novas informações, planos e decisões da empresa.
Breadon Keller (Lawrence Dane) foi o chefe de segurança da ConSec que trabalhou secretamente como espião para Darryl Revok. Ele usava sua posição de poder para esconder as ações criminosas do scanner rebelde que queria dominar o mundo.
O chefe de segurança vazou a lista com os nomes e localização de outros superpoderosos identificados. O scanner renegado atacou o artista Benjamin Pierce e o grupo pacífico da Kim Obrist.
O Programa MK-Ultra
Programa Secreto da CIA
O Projeto MK-Ultra, programa ilegal e clandestino da CIA inspirou a criação da empresa fictícia ConSec no filme Scanners.
O programa realizava experiências com drogas e procedimentos imorais de interrogatório em seres humanos.
Uso de tortura mental e física era comum no projeto. O controle mental do MK-Ultra visava debilitar o indivíduo a ponto de forçá-lo a confessar todos os seus crimes.
A agência governamental financiava empresas privadas e as usavam como laranjas nos programas secretos. O uso de corporações e organizações, como a Rockefeller Foundation, afastava a dos experimentos científicos polêmicos
Confirmação da Teoria da Conspiração
Por muito tempo, houve uma teoria da conspiração que afirmava que as agências governamentais dos EUA estavam desenvolvendo experimentos secretos mentais em seres humanos.
Em 2 de agosto de 1977, a reportagem “Instituições Privadas Utilizadas pela CIA em Pesquisas de Lavagem Cerebral.”, escrita por Nicholas Horrock no New York Times, revelou documentos do MK-Ultra e outros programas secretos que mostravam as atividades clandestinas da agência.
A reportagem confirmou a teoria da conspiração, inspirando diversas novas produções cinematográficas e literárias, além de novas teorias.
A aclamada série Stranger Things da Netflix tem a Eleven (Millie Bobby Brown), uma ex-paciente do programa MK-Ultra com poderes mentais.
O LSD e Outros Alucinógenos
A Morte do Frank Olsen
O bacteriologista americano e pesquisador de armas biológicas Frank Olson trabalhou nos laboratórios de pesquisa da CIA no Fort Detrick, em Maryland.
Em 1953, ele foi secretamente drogado com a droga LSD e faleceu após 9 dias de experimentação ao se jogar da janela do Hotel Pennsylvania, em Nova York, onde estava hospedado. O bacteriologista cometeu suicídio por influencia da droga.
Na época da sua morte, ele trabalhava na criação de algum dispositivo do tipo aerosol para conter e expelir antraz.
Alguns anos depois, o governo dos EUA pediu publicamente desculpas formais.
O Caso Orlikow
A Velma Orlikow, casada com um político canadense, buscou um tratamento para depressão no Allan Memorial Institute em Montreal, Canadá.
O psiquiatra Ewen Cameron, recrutado pelo MK-Ultra, submeteu a canadense e outros oitos pacientes a tentativas de lavagem cerebral por meio de tortura.
O grupo foi drogado involuntariamente com altas doses de LSD pelo psiquiatra. As filmagens das sessões serviram como provas contra a agência. O grupo ganhou um processo contra a CIA, legalmente
Os experimentos no grupo da Velma inspiraram a criação do filme canadense Scanners.
Histórias Famosas de Tortura Mental e Física
O Unabomber
Outro caso famoso de um paciente torturado pelo programa, foi o serial killer e ecoterrorista Ted Kaczynski, também conhecido como o Unabomber.
Durante seus estudos na Universidade de Harvard, ele participou voluntariamente de um experimento psicológico conduzido pelo professor Henry A. Murray.
Os participantes deste experimento foram abusados psicologicamente até quebrarem fisicamente. Essas torturas podem ter o influenciado a cometer os crimes de terrorismo e ataques a pessoas e instituições que representavam o sistema capitalista norte-americano.
A Prisão de Abu Ghraib
Após a Invasão do Iraque por tropas americanas, as forças militares dos EUA tomaram a prisão de Abu Gharaib.
A prisão serviu como centro de detenção e tortura dos prisioneiros de guerra. Segundo a Cruz Vermelha, 90% dos presos não eram criminosos e a maioria foi pega sem motivos pelas forças de ocupação norte-americanas.
O programas secretos, como o MK-Ultra, iniciados nos anos 60 durante a Guerra Fria aperfeiçoaram os métodos e técnicas de tortura.