Nascimento de um Ícone
A Capa do Livro
O Escritor e o Designer
No final dos anos 80, o designer e ilustrador Chipp Kidd foi contratado pelo escritor Michael Crichton para fazer a capa do seu próximo livro, o Jurassic Park.
O Fóssil do Tiranossauro Rex
O designer ficou impactado com a história e ao terminar a leitura, foi ao American Museum of Natural History visitar a exposição permanente de fósseis com a intenção de se envolver mais com a trama e obter maior inspiração.
Na loja do museu, ele encontrou o livro do paleontólogo Henry Fairfield Osborn à venda. Dentro dele, havia uma ilustração bem precisa do fóssil completo de um Tiranossauro Rex adulto desenhada pelo paleontólogo em 1917.
O designer Chipp Kidd desenhou uma silhueta singular baseada na ilustração científica de Osborn e assim criou a capa para o livro.
Do Livro para o Cinema
Resumo do Livro
Na história do livro, os dinossauros foram clonados, trazidos de volta a vida e transformados em atrações do Jurassic Park, um novo tipo de zoológico / safari exótico que não havia sido lançado ainda.
Adaptação para os Cinemas
Antes do livro ser lançado, o diretor Steven Spielberg já havia comprado os direitos de imagem do livro para produzir uma adaptação cinematográfica.
Quando viu a capa do livro em primeira mão, soube que iria utilizar aquele desenho icônico no filme.
O desenho do Tiranossauro Rex de Kidd foi escolhido e transformado no logotipo do filme e do parque fictício dentro do filme.
A produção hollywoodiana também criou e inseriu um slogan para ambos.
“Uma aventura de 65 milhões de anos em construção”.
Este símbolo se tornou um ícone na cultura pop. O filme foi um dos maiores blockbusters (sucessos de bilheterias nos cinemas) de todos tempos naquela época.
Quando o filme saiu de circulação nos cinemas e foi para as locadoras, a caixa do VHS emulava uma formação rochosa com fósseis de dinossauros encravados nela.
Branding
Criação do Logotipo
Conforme foi dito anteriormente, a ilustração do fóssil do Tiranossauro Rex foi utilizada para na criação do logotipo do filme e do parque dentro dele. O logotipo foi aprovado após inúmeros esboços reprovados.
O concept artist Sandy Collora que trabalhava na produção pegou o fóssil de dinossauro do Kidd, o circulou e escreveu o nome embaixo dentro de um retângulo. A equipe criativa do filme acrescentou uma floresta tropical ao fundo para fazer o dinossauro parecer enorme.
Letreiro do Jurassic Park.
Tipografia
A fonte escolhida para o nome foi a Neuland. Uma fonte irregular e que remetia a algo primitivo ou exótico. De maneira controversa, ela era associada a povos africanos e tropicais. Também foi utilizada no título da adaptação do filme O Rei Leão para o teatro.
Product Placement
Como toda a campanha de marketing do filme Jurassic Park foi baseada no parque dos dinossauros, era necessário implementar o logotipo nas mais diversas situações, sejam os cartazes nos cinemas a props (objetos em cena).
Todos veículos e uniformes dos funcionários, a sinalização e identificação de atrações e locais, os produtos oficiais de um giftshop (copos, brinquedos, vestuários e etc) foram mostrados com a identidade visual do parque.
Engenharia Genética e Turismo Exótico
Criação e Responsabilidade
Fundador
John Hammond foi o idealizador do parque e o sócio-fundador da InGen Technologies.
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Ele era um milionário egocêntrico que sonhava em criar coisas impossíveis, um visionário que não se preocupava muito com a ética e o equilíbrio da natureza. Nunca teve a intenção em prejudicar alguém, mas faria de tudo para alcançar seus objetivos.
Corporação
A Ingen realizou experiências genéticas polêmicas como a clonagem e o resgate de animais extintos à vida, o que ocasionou um distúrbio na natureza e no meio científico ao emular o papel de um Deus.
“A vida sempre encontra um meio.” – John Hammond –
Produto
Os dinossauros foram desenvolvidos e produzidos em laboratório como produtos de uma empresa. Não eram 100% originais, pois mutações genéticas foram necessárias para trazer os monstros extintos a milhões de anos nos dias de hoje.
Apesar de receber a consultoria de paleontólogos contratados para identificar os hábitos alimentares e reprodutivos, estes não eram precisos e as mutações não foram levadas em conta.
Restaurante do parque localizado dentro do Centro de Visitação.
Portfólio e Estruturas
Todos os dinossauros recriados em laboratório foram criados a partir dos genes encontrados ao redor do mundo. Nem todos os componentes biológicos faziam parte da mesma época e grande parte das espécies “vizinhas de jaula” não viveram na mesma Era, mas começaram a compartilhar o mesmo ambiente.
Para evitar falha humana e problemas de segurança, o parque contava com instalações fortificadas e eletrificadas. Praticamente, todos os equipamentos e processos eram automatizados, poucos funcionários eram necessários.
Para alimentar os dinossauros carnívoros e muito perigosos, os animais vivos como vacas e cabras eram inseridos dentro dos paddocks com uso de gruas ou elevadores.
Ilhas Nublar e Sorna
A Ilha Nublar no Caribe foi a localização escolhida para sediar o parque, juntamente com instalações hoteleiras e moradia dos funcionários. Enquanto a vizinha Ilha Sorna era a sede corporativa e os laboratórios para a produção de novas criaturas.
Atrações
O trajeto do passeio começava com uma entrada teatral e memorável. Um portão gigantesco se abria para os visitantes e dava as boas vindas ao Jurassic Park.
Os passeios eram feitos dentro de carros controlados remotamente. Os visitantes eram proibidos de saírem do veículos para os resguardar de potenciais acidentes.
Problemas Técnicos
Incidente de 1993
Durante uma tempestade tropical, houve uma tentativa de sabotagem no painel de controle das instalações e um assalto nos laboratórios da empresa por um funcionário insatisfeito.
A energia foi cortada, algumas instalações foram danificadas, as jaulas deixaram de serem eletrificadas e os dinossauros escaparam.
A natureza é incontrolável, os dinossauros se rebelaram no parque e fugiram das suas instalações. Alguns funcionários foram mortos ou feridos antes do lançamento e o parque foi completamente evacuado e fechado pelo fundador.
Persistência no Erro
Na continuação The Lost World, o criador do parque foi afastado do cargo de presidente e a InGen lançou um novo projeto parque para recuperar o investimento.
O novo projeto era uma versão pocket do parque em formato anfiteatro construído em San Diego, Califórnia. O local era para ser um Seaworld com dinossauros, na qual, treinadores fariam apresentações públicas dos monstros pré-históricos.
O anfiteatro nunca foi aberto, pois um Tiranossauro Rex escapou para a cidade de San Diego e atacou diversas pessoas e destruiu inúmera propriedades. Uma das fatalidades foi o novo presidente da Ingen.
Pós-Jurassic Park
Left Behind
Ilha Nublar
No primeiro livro, a Ilha Nublar, local do parque, foi bombardeada pelo governo norte-americano depois de uma evacuação completa.
As estruturas do parque foram destruídas e grande parte dos dinossauros foram mortos. As instalações foram reivindicadas pela natureza e dominadas pelos dinossauros.
Ilha Sorna
O segundo e o terceiro filme se passam na Ilha Sorna. São mostradas as ruínas da sede corporativa, dos laboratórios, dos paddocks, dos veículos e até uma expansão do parque presente na ilha vizinha.
Local Restrito e Reabertura
A entrada e o conhecimento sobre as ilhas foram restritas para o público pelo governo da Costa Rica e pelo governo dos Estados Unidos durante um tempo até a Masrani Global comprar a Ingen Technologies e conseguir abrir o parque.
O novo parque recebeu um rebranding e uma nova arquitetura. Mesmo assim, depois de 10 anos de funcionamento, diversas ruínas e objetos podem ser encontrados no interior da ilha, em áreas restritas aos turistas.